domingo, 25 de julho de 2010

Sentir ou não sentir?

Correr; correr atrás de todos os segundos e vive-los ao máximo. Fazer parar o relógio e viver uma paixão sem tempo contado. Deixar o diário para trás e pensar apenas no futuro. Fechar os olhos, sentir a brisa levantar o cabelo e sentir a liberdade que paira no ar.
Esperar por aquilo que vale realmente esperar, lutar pelos sonhos que nos invadem diariamente a alma e sonhar.
Sonhar, sonhar bem alto e «a bom som». Ser grande, ser alguém. Ser um numero na calculadora, uma letra na Bíblia.
Eu multiplico os dias pela felicidade e vivo todas as divisões dos segundos, ao máximo. Eu abraço com o coração e deixo os braços embalarem a doce alegria que me contagia. Eu amo com as minhas palavras, com todos os meus números e raízes quadradas. Talvez complicando o fácil ou talvez facilitando o difícil, mas sei que tudo me leva ao meu valor final.
Eu entrego todos os meus papéis e canetas. Eu rendo-me e entrego tudo o que sou, tudo o que me define. Eu sou e entrego-te; entregarei sempre.
Eu choro pelos números que se foram perdendo entre tantas somas e multiplicações. Mas que posso eu fazer se a máquina os subtrai automaticamente sem eu dar por isso? 
Eu luto; luto pelo que amo e pelos que me amam. Os que ficaram para trás, não mereceram o meu suor, é nisto que tento acreditar.
Que mais posso eu dar quando tudo levas contigo, todas as noites? Mas sabes? Não voltes para me entregar; guarda tudo aí contigo, bem perto daquilo que é só e tão nosso.
Mil palavras, mil letras soltas e um nada com tanto para dizer. Lágrimas perdidas, escusadas talvez. Mas derramadas e marcadas cá dentro.
Só tu me sabes de cor e só tu devoras a minha alma todos os dias, com toda a tua força e paixão. Porque feita à tua semelhança, eu acordo todos os dias para te ouvir respirar bem perto de mim como se a casa estivesse vazia. Mas não está. Está cheia; cheia de momentos, lágrimas, canções, noites de verão, tardes bem passadas, cartas, palavras, noites em branco, amor e fidelidade. Que mais se pode querer senão uma casa cheia? 
Vivo,talvez, daqueles que me carregam e daqueles que carrego. Mas o que somos nós sem isso? Somos inúteis seres sem amor.
Eu canto até me faltar a voz e ninguém me cala.
Fecho os olhos e deixo que a vida me leve até onde realmente pertenço. Abro os olhos e abraço-te todos os dias com todo o meu corpo colado ao teu, como se nada nos separasse.




Como diria a minha escritora preferida : «Se calhar sou doida, sofro da mais antiga enfermidade do ser humano e que ainda nenhum cientista se lembrou de diagnosticar, estudar e classificar como uma patologia: não sei viver sem amor» - Margarida Rebelo Pinto





M.

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