Aqueceu a noite, nascia, e o céu exibia o seu maior sorriso com as estrelas que gritavam, doces laços de luz.
Uma melodia desenhava-se em ti e no teu poder. Dias meio arranhados já teriam acabado, e as luzes pareciam esconder-se. O vento cobriu-nos e soltou-se a chuva que nos une, que nos enrola, abraça e mistura, e que nos afasta e apaga.
Os risos entrelaçados e os passos que te formam surgiram, deixando um vasto rasto de cor. Enublada a tua voz, cantava rouca, e de ilusões te soltaste quando até sombra se apagou, sobrando a tal imagem que tinhas criado.
Com aquela intensidade, te tornaste mais que uma fantasia. Um autêntico caos com uma razão, de uma radiante inocência.
A aventura desvanecia tão depressa como os meus cabelos se soltam com brisas, e deslizas num alcance de seres mais que uma hipótese.
Combateste, assim, as dúvidas e protagonizaste essa parte que me compõe, o efeito que bastava.
Naturalmente, o instinto levou-te mais longe, e, de algum modo inconsciente, embelezaste o inevitável, perdendo-se, então, o mistério.
Uma indestrutível e contagiante sensação apoderou-se, explodindo num toque.
O desejo bate nos pulsos e as veias enchem de fogo...
E, aí, amanhecendo no teu olhar, transformei-me e dancei ao som do teu já conhecido e delicado riso.
A
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